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Enviada em: 14/04/2018

A publicidade tem como objetivo a difusão pública de uma empresa, produto ou serviço, entretanto, tal fator ultrapassa seus devidos fins ao objetivar a figura feminina nas propagandas. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas e consequências dessa postura para a sociedade brasileira.       É indubitável que a questão machista esteja entre as causas do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Segundo essa linha de pensamento, observa-se que o corpo social machista impõe a mulher e o seu corpo como um objeto de satisfação. Vinculado a isso, utilizam-se propagandas que evidenciam a sexualidade do corpo feminino para induzir o consumo de determinado produto, expondo mulheres com pouca roupa e poucas falas, como é o caso das propagandas da Skol  da Itaipava.       Em consequência disso, o corpo feminino é exposto de maneira incorreta. As campanhas rotulam um esteriótipo de corpo ideal que, na realidade,  não é o padrão da maioria das mulheres, acarretando em uma busca inconstante pelo corpo idealizado nas propagandas. Outrossim, a exposição e vulgarização das campanhas publicitárias estimulam, também, a cultura do estupro (violência sexual contra as mulheres) e a agreessão física, condicionando pessoas do gênero feminino a uma vulnerabilidade maior do que a que já estavam submetidas pelo machismo.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam o fato social machista, a fim de que, o tecido social se desprenda das consequências dessa forma de pensamento. Ademais, o governo deve proibir as campanhas que vulgarizam o corpo feminino, criando delegacias especializadas nos direitos de exposição pública. Além disso, a mídia, como meio disseminador e influenciador, deve influenciar campanhas com exposição de diferentes esteriótipos e menos exposição sexual, incentivando a participação de mulheres que estejam fora do padrão e mais vestidas durante as campanhas para que, assim, o objeto principal publicitário seja o produto e não a mulher.