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Enviada em: 04/09/2018

Transgênicos: uma nova revolução agrícola       A vida é dialética. Não há indivíduo ou entidade social capaz de definir a verdade absoluta, imutável. Nesse sentido, uma prática coerente é a recepção crítica ante a um fato novo, mas sem taxá-lo previamente como algo inapropriado. Assim, no que se refere ao uso de transgênicos no Brasil, pode-se destacar tanto aspectos positivos quanto negativos. Se, por um lado, tal tecnologia promoveu melhores desempenhos agrícolas; por outro, não se pode admitir um uso indiscriminado desse recurso, dado as incertezas inerentes a processos dessa natureza.       Convém, de início, celebrar o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem a produção de excedente agrícola, pois, como bem pontua o historiador Yuval Harari, a fome foi uma das mazelas que assolaram a humanidade por séculos. Nesse sentido, a manipulação genética com vistas a incutir nas plantações maiores resistências às pragas, por exemplo, foi fundamental, porque permitiu ao país tornar-se uma das potências mundiais no setor agrícola – 2º maior produtor de soja no mundo.       Os evidentes avanços produtivos, no entanto, não eliminam a necessidade de diminuir o rigor na liberação de novos produtos transgênicos. Afinal, não se pode esquecer que o conhecimento da estrutura do DNA é recente, ocorrendo somente em 1953. Além disso, a história demonstrou que mesmo concepções científicas admitidas verdadeiras no passado tornaram-se obsoletas atualmente, como a geração espontânea, que perdurou até meados do século XIX.       O uso de transgênicos, portanto, tem condições de promover uma nova revolução agrícola. Cabe, contudo, ao Ministério da Agricultura e à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) impor processos rigorosos antes de permitirem a comercialização desses produtos. Por outro lado, é fundamental que o Governo fomente a pesquisa em engenharia genética, como em centros de pesquisas tal qual a EMBRAPA, a fim de promover maior conhecimento da tecnologia e riscos envolvidos.