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Enviada em: 31/08/2018

Desde a Revolução Verde, na década de 70, o Brasil vive intensas transformações no campo da agricultura, dentre as quais está o uso de transgênicos, que não se aplicam somente à alimentos. Essa questão tem um caráter dúbio e bilateral e requer uma análise crítica da origem desses organismos, bem como dos benefícios e malefícios à população.        Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de organismos geneticamente modificados (OGM) e a reação da população a isto é análoga ao contexto da Revolta da Vacina (1904). Naquele cenário, os cidadãos não conheciam a origem e o propósito das vacinas - bem como hoje não conhecem sobre os OGM - o que gerou a desconfiança e a rebelião da população em relação ao governo.                Paralelamente a isso, aspectos negativos do uso dessas espécies modificadas aumentam a desconfiança do brasileiro. É sabido que a ingestão desses organismos pode provocar sequelas ainda desconhecidas à saúde humana e que a sua síntese indiscriminada gera solos empobrecidos, superpragas e a perda de biodiversidade, por se tratar de um processo não natural. Esse ciclo de relação do homem com a natureza é o inverso do que se apresenta no livro Iracema, de José de Alencar, onde tal relação é harmoniosa e a terra é vista como irmã.              Em contrapartida, os aspectos positivos também devem ser analisados. Transgênicos podem ser uma forte arma  no combate à fome, por permitirem a manipulação da produtividade e  da duração dos alimentos. Além disso, são usados também no combate à doenças, como a dengue, na soltura de machos geneticamente modificados, que geram descendentes que não chegam à fase adulta.               Diante o exposto é imperioso que se encontre o equilíbrio entre os malefícios e benefícios da questão. Para isso, o CONAMA deve investir em pesquisas eficientes que compreendam e amenizem os impactos ambientais da produção de OGM, promovendo segurança e sustentabilidade. Além disso, o Estado, em conjunto com a mídia, deve promover campanhas e debates nos diversos veículos sobre a questão para que a população tenha consciência dos prós e contras, além de entender sobre o que está consumindo. Por esse caminho, a resolução do empasse se tornará possível no Brasil.