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Enviada em: 17/05/2017

Transgenia é um ramo da biotecnologia que consiste em transferir genes de uma espécie a outra diferente de modo a produzir novas substâncias. No Brasil, por exemplo, ela é utilizada para produzir insulina humana a partir de bactérias, processo antes realizado em cadáveres humanos e porcos e, portanto, mais sujeito à transmissão de doenças. Nesse contexto, são inegáveis os benefícios dessa técnica ao homem, mas o fato de ainda não se conhecer todos os seus efeitos a longo prazo e a predominância do senso comum são impedimentos para a sua total aceitação pelos brasileiros.       A biotecnologia, apesar de hoje ser mais moderna, não é recente, visto que desde o Egito Antigo ela já era utilizada para produzir pães por meio da fermentação. No entanto, o objetivo de utilizar a ciência em prol da qualidade de vida humana se mantém até o século XXI, como é observado no desenvolvimento dos transgênicos. No Brasil, por exemplo, a EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agrupecuária - desenvolveu um projeto que consistia em aumentar o teor nutritivo do feijão a partir da introdução de genes de castanha-do-pará e, consequentemente, diminuir a fome no país. No entanto, cerca de 1% da população brasileira é alérgica à castanha e, ao consumir o feijão modificado, desenvolveu essa condição. Nesse caso, a falta de pesquisas suficientes para prever possíveis efeitos colaterais foi prejudicial tanto ao projeto quanto à imagem dos transgênicos.       Isso porque, muitas generalizações sem embasamento científico foram disseminadas pela mídia e assimiladas pela população. Segundo o filósofo Schopenhauer, todo homem toma os limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Nesse sentido, muitos brasileiros tomaram as informações divulgadas pelos veículos de comunicação como verdades absolutas sem pesquisar a sua veracidade, o que pode ser observado em propagandas que representam organismos geneticamente modificados com partes do corpo de outras espécies.        Fica claro, portanto, a importância da transgenia para o desenvolvimento da saúde, da alimentação e de outras áreas. Assim, o Ministério da Ciência deve direcionar investimentos a pesquisas relacionadas a fim de desenvolver uma segurança mais rígida capaz de prever possíveis efeitos colaterais e, ao mesmo tempo, favorecer a criação de novas técnicas que promovam a produção de novos transgênicos de forma mais eficiente. Somado a isso, ONGs, como a Observatório da Imprensa, podem atuar na autorregulação da mídia com o intuito de evitar a divulgação de informações falaciosas e sem comprovação científica. Por fim, é necessário que o indivíduo adote uma postura mais crítica acerca das notícias veiculadas com o objetivo de procurar diversas fontes de comunicação e não se prender a apenas uma.