Materiais:
Enviada em: 16/09/2017

A genética desenvolveu-se de maneira expressiva desde o início dos seus estudos pelo austríaco Gregor Mendel. Embora muitos cientistas já desenvolvessem teses a respeito da manipulação de genes no início do século XX, foi apenas no final dele que a trânsgenese se tornou possível e passou a ser utilizada na medicina e na produção de alimentos. Todavia, não obstante demonstre ser uma técnica com efeitos positivos à humanidade, a conjuntura hodierna nacional mostra o caráter dual da engenharia genética.      Em primeira análise, cabe pontuar que a manipulação de genes surgiu com o pretexto de erradicar doenças e a fome no mundo, com alterações no DNA de embriões e o aumento na produtividade das lavouras, respectivamente. Por conseguinte, países como o Brasil passaram a incentivar pesquisas e empresas nessa área.      Em decorrência dos fatos supracitados, a engenharia genética obteve avanços rápidos. Um exemplo de como essa técnica é promissora está no uso do mosquito transmissor da dengue - Aedes Aegypti - estéril, assim ao copular, a fêmea deposita ovos que não eclodirão, e posteriormente morre, como é natural na espécie. Dessa forma, em pouco tempo o vetor será extinto. Além disso, muitos alimentos transgênicos oferecem alta resistência a herbicidas e pragas, o que ocasiona significativo crescimento da produção por hectare.      Outrossim, convém frisar que a transgenia apresenta aspectos contraproducentes e arriscados. O uso contínuo desses organismos na agricultura cria um quadro de dependência, onde as ervas daninhas e os insetos se tornam mais resistentes e o uso de agrotóxicos aumenta exponencialmente. Logo, além dos prejuízos à saúde humana e a biodiversidade, pequenos produtores são obrigados a abandonar seus negócios, pois não conseguem pagar os royalties cobrados pelas grandes multinacionais sobre a tecnologia e sementes.       Em virtude dos fatos mencionados, entende-se que os organismos transgênicos caracterizam-se pelo efeito bilateral. É mister que o governo garanta à sociedade o direito de conhecer os produtos que consome, para isso, deve-se tornar obrigatória a rotulação de produtos com genes modificados, assim será possível fazer escolhas baseadas na consciência individual. Ademais, a população deve se manter conscientizada acerca dessa tecnologia, isso ocorrerá com campanhas nas mídias sociais e nas escolas que explicitem os efeitos ecológicos e fisiológicos da engenharia genética, dessa forma, quando preciso, medidas serão cobradas ao Estado e empresas. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferecerá os mecanismos necessários à mitigação dessa problemática.