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Enviada em: 20/09/2017

No século XIX, Gregor Mendel, conhecido como o ''pai'' da genética, iniciou e concluiu suas pesquisas que envolviam o cruzamento de sementes. Já na contemporaneidade, os avanços na área da biotecnologia abriram novos horizontes nos campos da saúde, indústria, agricultura, entre muitos outros. Neste último, a transgenia se destaca, trazendo, junto dela, pontos positivos e negativos que, nos últimos anos, geraram um grande impasse e diferentes posicionamentos. Assim sendo, é essencial não apenas evidenciar ambos os lados, mas sobretudo, deixar clara a importância de que a população tenha consciência deles..   Primeiramente, é necessário pontuar que já existe um consenso no meio acadêmico de que os riscos das plantações geneticamente modificadas para a saúde e meio ambiente não são superiores aos das convencionais, embora esta visão sobre o assunto não tenha se comprovado empiricamente em alguns casos. De acordo com o responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, Francisco Aragão, os protocolos de biossegurança são suficientemente robustos para garantir a segurança dos produtos alterados. No entanto, organizações como a Greenpiece já denunciaram ocorrências nos EUA e Canadá, por exemplo, em que plantações orgânicas foram contaminadas por intermédio do pólen de plantas transgênicas, o que representa um enorme problema para a biodiversidade.  Contudo, apesar da discussão e das, até então, nebulosas conclusões acerca da transgenia, a produção de transgênicos já é uma realidade no Brasil e, diante disso, torna-se imprescindível informar os consumidores quanto aos possíveis efeitos destes. Segundo dados do Idec, alimentos como a soja, milho e algodão plantados em solo brasileiro já eram, em 2012, transgênicos em sua maioria. Paralelamente, ainda existe um desconhecimento preocupante por parte da população no que concerne a estes consumíveis. Prova disso é o levantamento realizado pela Ipsos, em que 74% dos entrevistados sequer tinha ouvido falar do tópico em questão.   Portanto, medidas são necessárias para que estudos conclusivos sejam concretizados e para que, até lá, as pessoas saibam o que, de fato, é e como atua a biotecnologia. A fim de identificar plantações convencionais contaminadas e possíveis danos à fauna e flora, o Governo Federal pode, em consonância com estudantes da área de TI, trabalhar no desenvolvimento de aparatos tecnológicos que auxiliem nessa busca. Dessa forma, um país que já usufrui dessa agricultura, como o Brasil, saberá os reais custos dessa produção e como contorná-los. Ademais, as instituições de ensino devem estimular o conhecimento sobre a genética e suas aplicações, o que pode ser realizado por meio de feiras de ciências e palestras, com isso, os futuros consumidores já saberão com o que estarão lidando.