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Enviada em: 12/05/2018

Com o advento das revoluções industriais e implantação de tecnologias na agropecuária, a produção de alimentos mundial deixou de atender as necessidades alimentares da população para atender as demandas do mercado. No Brasil, não é diferente, apesar da crescente procura por produtos mais saudáveis, a melhoria da alimentação ainda enfrenta desafios como a cultura da supervalorização dos alimentos industrializados e a não eficiente regulação dos produtores desses produtos em solo brasileiro, havendo a necessária atuação dos atores sociais na mitigação desse problema nacional.      O hábito brasileiro de valorização de tudo o que é ligado ao estrangeiro reflete a supervalorização de produtos industrializados em detrimento dos produtos naturais e regionais. Prova dessa cultura está no grande número dos estabelecimentos especializados em "Fast-Food", nos núcleos urbanos brasileiros, e sua grande apreciação por grande parte da população. Essa desvalorização dos produtos regionais, por consequência mais acessíveis, em sua grande maioria saudáveis se comparados aos industrializados, é um desafio cultural que deve ser enfrentado. Então, esse hábito maléfico tem suas consequências não só na piora da saúde dos cidadãos, mas também na rarefação da identidade cultural das regiões brasileiras, já que o alimento é uma importante herança cultural de identificação dos mais diferentes grupos populacionais.      Outro grande desafio que fomenta a má alimentação dos cidadãos brasileiros é a pouca ou nenhuma severidade das leis que regulamentam a produção de alimentos em território nacional. Segundo o site de notícias "Brasil de Fato", o Brasil é o maior mercado mundial de agrotóxicos, na frente dos EUA. O uso exacerbado e desregulado de agrotóxicos e outras aditivos químicos maléficos na produção de alimentos é uma realidade que agrava o quadro já grave da saúde pública e bem-estar da população, uma vez que, segundo a mesma fonte anteriormente citada, o brasileiro chega a consumir por ano quase 6 litros de agrotóxicos em sua alimentação diária. Logo, a necessidade de uma maior intervenção estatal no sentido da regulação da produção de alimentos no brasil é nítida.      Urge, portanto, que coletividade e Poder Público dialoguem para que os desafios enfrentados rumo à melhor alimentação do cidadão brasileiros sejam mitigados. Para tanto, as emissoras de televisão aberta, principal meio de construção ideológica brasileira, em programas de grande audiência e telenovelas, abordem discussões sobre a qualidade da alimentação brasileira combatendo a supervalorização daqueles alimentos industrializados. Além disso, o Poder Legislativo com a supervisão da FAO devem regular a qualidade e necessidade da produção de alimentos brasileiros, implementando severas leis contra a adição de produtos maléficos para a saúde e bem-estar de toda a nação.