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Enviada em: 19/06/2018

"Não vivemos para comer, mas comemos para viver". A frase é do filósofo Sócrates, que destacava a importância de uma alimentação equilibrada para a vida humana. A realidade hodierna brasileira, no entanto, destoa dessa visão, já que a alimentação irregular é predominante na população. Trata-se de um grave problema que, embora aceito face à modernidade líquida, deve ser combatido em razão dos efeitos desastrosos que gera.                   Primeiramente, é cabível analisar o sucesso da má alimentação na sociedade brasileira. Em um contexto de modernidade líquida, estudado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, é comum que os indivíduos busquem realizar seus desejos imediatistas, seja por dinheiro, seja por prazer. Nesse sentido, a preferência por lanches rápidos surge como uma forma de destinar mais tempo a atividades lucrativas - haja vista a adoção do lema capitalista "tempo é dinheiro" - , e também como uma forma de obter um prazer imediato, já que tais lanches são mais saborosos. No entanto, essas escolhas são perigosas, uma vez que trazem efeitos indesejáveis para a saúde.               Dentre esses efeitos, o que mais se destaca é a obesidade, que tem se mostrado uma epidemia no Brasil. Prova disso está em pesquisas recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), segundo as quais 10% da população já se encontra obesa. Contudo, este é apenas um dos problemas gerados pela alimentação irregular. Hipertensão, diabetes e câncer são doenças também preocupantes que têm se alastrado no Brasil, evidenciando a necessidade de melhorar os hábitos alimentares no país.                 Fica claro, portanto, que a aceitação da má alimentação no Brasil é real, porém perigosa. Cabe ao Ministério da Educação incluir na grade curricular das escolas disciplinas de educação alimentar, desenvolvidas por nutricionistas, que ensinem sobre o valor nutricional dos alimentos e a importância de destinar tempo à alimentação saudável. Assim, o alimento não será um fator de destruição da vida, mas sim de garantia dela, como propunha Sócrates.