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Enviada em: 26/08/2018

Durante a Revolução Verde, com as iniciativas tecnológicas para as práticas agrícolas, ocorreu um aumento significativo na produção de alimentos no mundo. Contudo, essa transformação não garantiu, mormente, a alimentação de qualidade entre os brasileiros. Isso se deve, sobretudo, a precária educação alimentícia nas escolas, sem o monitoramento e o estímulo ao consumo de alimentos nutritivos, além da fluidez nas relações interpessoais. Essa circunstância demanda uma atuação mais arrojada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o escopo de superar os desafios enfrentados pela má alimentação no Brasil.        De fato, é indubitável que a questão educacional e sua aplicação contribuam para potencializar essa problemática. Nesse viés, segundo o pedagogo Paulo Freire, "se a educação sozinha não é capaz de mudar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda". Nessa perspectiva, torna-se evidente que o descaso nas instituições de ensino em relação à disciplina alimentar compromete o equilíbrio social defendido pela premissa freiriana. Sob esse prisma, denota-se que, hodiernamente, as repartições pedagógicas ainda sofrem com a falta de debates acerca da alimentação coerente, sendo esta acompanhada por alimentos, como o arroz e o feijão. Ademais, ressalta-se a ausência de nutricionistas, os quais realizem a regularização e a fiscalização da merenda escolar. Essa realidade reitera os dados do IBGE, os quais apontam um menor consumo de nutrientes nas dietas alimentares.       Outrossim, o conceito de modernidade líquida, do sociólogo Zygmunt Bauman, destaca a fluidez nas transformações sociais do cotidiano. Em face disso, atualmente, destaca-se a rapidez das atividades humanas, como o trabalho em função do trânsito urbano, o que compromete o tempo das refeições nutricionais, com relevância para o consumo de frutas e legumes. Com isso, os indivíduos impõem em suas dietas alimentos que atendem a uma demanda que requer prontidão e velocidade, a exemplo das comidas pré-cozidas e dos "fast-foods", os quais são ricos em gorduras e açúcares. Nesse ínterim, percebe-se que, o Ministério da Saúde, ratifica o surgimento de doenças, como a hipertensão.        Urge, portanto, que, diante dos desafios vinculados à alimentação dos brasileiros, a necessidade de intervenção se faz imediata. Para tanto, compete ao Estado, em sinergia com o Ministério da Educação, implantar o suporte de nutricionistas nas escolas, por intermédio de emendas constitucionais, além da formação cidadã acerca da alimentação saudável, a partir da realização de mesas redondas direcionadas à disciplina de biologia, com o fito de estimular o consumo de alimentos benéficos a saúde. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde veicular campanhas para a alimentação saudável, por meio de folhetins, com o fito de promover a reeducação nutricional. Logo, as mazelas serão reduzidas.