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Enviada em: 28/08/2018

O advento da industrialização, concomitante ao da globalização, deu gênesis ao novo padrão de comportamento alimentar da sociedade brasileira, haja vista que a cultura do consumo de alimentos industrializados, tal como os "fast-foods", encontra-se amplamente disseminada entre os cidadãos, impulsionada por uma mistura de prazer momentâneo com  inserção nos valores de um grupo social; acentuando-se nas camadas mais abastadas da população. Nesse contexto, é indubitável o impacto negativo desse hábito dietético  na saúde brasileira, desafiando a qualidade de vida da nação.       Em primeira instância,  é sabido que as ofertas de padrão de consumo apresentam discrepância entre as classes sociais, pois, de acordo com estudos da Comissão de Nutrição da (USP),  os mais pobres tendem a uma dieta rica em carboidratos e multiprocessados, uma vez que são de fácil acesso e baixo custo, em detrimento dos orgânicos e bem selecionados que exigem um maior poder aquisitivo. Essa conjuntura, aliada à glamorizarão dos chamados "Fast-foods" no contexto ocidental pós globalização, certamente  corrobora o novo modo de nutrição do séc. XXI, além de representar potenciais riscos à saúde.       Sob esse viés, e por meio da análise minuciosa de dados do índice de Condições de Vida (ICV), o qual analisa diferentes conjunturas a partir das condições de desenvolvimento da sociedade brasileira,  convém ratificar o aumento nos índices de incidência das chamadas doenças adquiridas - como o diabetes, a obesidade e a hipertensão -  como produto desse novo padrão alimentício, uma vez que o público o qual  não apresenta uma boa educação alimentar tem maior predisposição às referidas patologias. Desse modo, é evidente o papel desafiador da alienação de consumo, no que tange à ausência de informações quanto aos benefícios de uma dieta equilibrada, na busca por um comportamento alimentar balanceado.        Diante dos fatos supracitados, é evidente a necessidade de intervenções governamentais nessa causa, a afim de atenuar o avanço devastador da cultura dos alimentos industrializados e multiprocessados. Urge, portanto, que o Ministério da Saúde  atue em parceira com o (MEC) na elaboração de um projeto consistente de educação alimentar, ministrado por profissionais da educação e da nutrição em escolas e unidades de atendimento à família; na forma de palestras, consultas e dinâmicas escolares. Sob o intuito de elucidar a população, em todas as faixas etárias, no espectro da importância de adotar hábitos dietéticos saudáveis, visando a promoção da saúde e do bem estar. Dessa forma, os índices alarmantes de ocorrências nocivas, advindas dos problemas alimentares, à saúde brasileira  diminuirão e os desafios reduzirão ao longo das gerações.