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Enviada em: 30/09/2018

Em meados do século passado, o escritor Stefan Zweig mudou-se para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com a nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: “Brasil, país do futuro”. Entretanto, quando se observa os desafios relacionados à alimentação, percebe-se que a profecia não saiu do papel. Nesse sentido, faz-se necessário destacar a influencia midiática e a negligencia governamental como agravantes dessa mazela social.        A princípio, é possível perceber que essa circunstância está ligada a manipulações ideológicas que atingem a sociedade. Analogamente, isso deve-se ao fato de que a mídia busca o consumo inconsciente e demasiado do indivíduo. Dessa forma, segundo o jornalista inglês George Orwell, “a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia mantém a massa”. Assim, fazendo um paralelo, tal máxima fomenta os meios midiáticos como causadores dos maus hábitos alimentares, por meio do fast-food, o que evidencia o caráter patológico desse meio.        Outrossim, afirma-se que existe uma legislação no que concerne à o direito alimentar. No entanto, infere-se que, a partir da realidade, fica claro a deturpação dos princípios constitucionais como, por exemplo, o direito à alimentação, o qual assegura o acesso a alimentos produzidos de forma soberana, sustentável e digna, de modo que percebe-se o desrespeito quando se trata da situação deplorável que milhões de brasileiros se submetem, por conta dos elevados índices de fome. Assim, essa atrocidade dialoga de forma clara com a obra “O cidadão de papel”, do jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein, o qual se refere que as leis no Brasil são consideradas letras mortas.        Em suma, torna-se evidente que os desafios da alimentação no Brasil apresentam entraves que precisam ser revertidos, objetivando sua erradicação. Logo, para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de alimentos não saudáveis e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para o consumo consciente. Ademais, é dever do Estado garantir o direito alimentício, por meio de políticas públicas que incrementem auxílio a toda sociedade, com o intuito de debelar essa situação. Portanto, com essas medidas, a profecia de Zweig pode-se tornar realidade no presente.