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Enviada em: 07/10/2018

A humanidade preocupou-se em produzir alimentos a partir do momento que se estabeleceu em locais fixos, e com o advento da industrialização e novas tecnologias, essa produção tornou-se cada vez maior, porém, na maioria das vezes, menos saudável e natural. Tal situação apresenta consequências preocupantes, entre elas a obesidade, haja vista que 52% da população brasileira está acima do peso, segundo dados do Ministério da Saúde. Isso acontece, não raro, pela despreocupação com a saúde, pela rotina acelerada contemporânea, entre outros motivos.    Em primeiro lugar, nota-se o comportamento inadequado de muitas pessoas relativo às práticas saudáveis. Adaptando a ideia de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, parece que, no cenário atual, o prazer imediato e a falta de preocupação com o futuro têm sido prioridades na vida do indivíduo brasileiro, que, muitas vezes, prefere o mais "saboroso" e deixa de lado o que pode, de fato, alimentá-lo de maneira correta e, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, do IBGE, o brasileiro come pouca quantidade de hortaliças e frutas, além de ser sedentário. Diante desse fator, os índices de obesidade aumentaram de forma desenfreada no país.    Ainda vale ressaltar que, por motivos de praticidade, fácil acesso e falta de tempo, parte da população, que vive numa rotina dinâmica e acelerada, opta pelos alimentos de preparo mais rápido- os alimentos industrializados-, os quais, não raro, apresentam altos índices de açúcar, gordura, sal, aditivos e conservantes. Além disso, diversas vezes, as próprias pessoas não buscam conhecer os benefícios e malefícios daquilo de que se alimentam. Um exemplo disso é que, de acordo com pesquisa do Datafolha, 48% dos brasileiros não costumam ler as informações dos rótulos de comida- como ingredientes e a tabela nutricional.    Portanto, é imprescindível que medidas concretas sejam tomadas para lidar combater o problema da alimentação irregular e obesidade no Brasil. A fim de que isso ocorra, é necessário que o Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da Educação, realize nas escolas de todo o país, desde as fases mais tenras, aulas direcionadas, palestras e feiras sobre a importância da alimentação correta, bem como deve instituir mais programas de merenda saudável, por intermédio da contratação de mais nutricionistas para supervisionar os cardápios escolares. Ademais, é de suma importância que a família atue de forma instrutiva, através de diálogos que afirmem a necessidade de uma dieta equilibrada e a consciência alimentar. Por fim, como a filosofia nos mostra com Platão: “O importante não é apenas viver, mas viver bem”, e com a alimentação correta esse objetivo torna-se muito mais palpável.