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Enviada em: 02/11/2018

O crescimento do consumo de alimentos calóricos - ricos em gorduras e carboidratos - transformou o modo de vida da sociedade brasileira, oferecendo risco a uma dieta balanceada e saudável, na medida que contribui para o avanço dos índices de doenças crônicas. A aceleração da vida moderna e a postura inconsequente de muitas empresas que atuam nesse ramo, estão entre os principais agentes causadores dessa questão de saúde pública.   Observa-se, em primeira instância, que o desenvolvimento da indústria alimentícia exerce um papel importante no incentivo da alimentação irregular. A expansão das famosas redes de "fast-food" propiciou uma ampla oferta de refeições instantâneas, dotadas de baixo valor nutricional e com preços acessíveis. Essas redes, ao oferecerem praticidade aos indivíduos apressados que buscam rapidez na hora de ingerir alimentos, contribuem para a substituição de pratos principais, como o almoço, por hambúrgueres e outros lanches de alto teor lipídico. De acordo com a pesquisa "Fast-food no Brasil" realizada pela Shopper Experience, cerca de 75% da população brasileira prefere esse tipo de estabelecimento aos restaurantes tradicionais. Tal fator tem acarretado no ganho excessivo de peso e em problemas de saúde pelos brasileiros.   Outro fator importante é que muitas empresas do setor alimentício, motivadas pela obtenção de lucros e incentivadas pela fiscalização precária realizada pelos orgãos governamentais, acabam por contribuir para a propagação da alimentação inadequada. A presença de rótulos nutricionais incompletos, a adição de substâncias cancerígenas aos produtos processados industrialmente e o uso indiscriminado de ingredientes que, em excessos, são nocivos à saúde humana, como o sódio, são provas disso. Dessa forma, fica evidente o descaso com a alimentação balanceada do consumidor.   Torna-se evidente, portanto, que diretrizes são necessárias para reverter esse impasse. Cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde, criar, nas escolas e faculdades, projetos de orientação nutricional, monitorados por médicos e nutricionistas, a fim de que desde a infância os cidadãos aprendam a importância de uma vida saudável. Por sua vez, o Ministério da Agricultura em parceria com o Estado, devem aprofundar esforços para fiscalizar e aplicar punições e multas mais rígidas às indústrias que infringirem as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de fornecer alimentos mais saudáveis para a população brasileira e, consequentemente, diminuir casos de obesidade e outras doenças crônicas. Afinal, a saúde é o baluarte do bem-estar social.