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Enviada em: 04/11/2018

Durante o século XX, o escritor austríaco de origem judaica Stefan Zweig emigra da Europa, devido à forte perseguição nazista antissemita, para a cidade de Petrópolis, no Brasil. Bem acolhido e impressionado com o potencial da casa nova, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: “Brasil, país do futuro”. Entretanto, ao observar as escassas medidas na luta contra os desafios relacionados à alimentação nacional, nota-se que a profecia não se concretizou na prática, como se era esperado. Nesse sentido, convém analisar os principais motivos que contribuem com a persistência dessa problemática no país.                     Nessa perspectiva, é indiscutível que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o importante filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por intermédio da justiça, o equilíbrio possa ser alcançado na sociedade. De maneira semelhante, é notório que, no Brasil, infelizmente, conforme o site de notícias G1, devido ao movimento monótono nos cotidianos dos brasileiros, estes aumentaram em 25% sua busca por alimentos instantâneos. Este fator influencia, de forma expressiva, a manutenção do pensamento de impotência do povo brasileiro, o que, sem o apoio do governo, desenvolve uma sociedade mais propícia a doenças, como a hipertensão.                        Outrossim, destaca-se a ineficácia do Poder Executivo como impulsionadora do problema. Consoante a afirmação de Aristóteles, para o sociólogo alemão Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, munida de exterioridade, generalidade e coercitividade. Sob esse viés, vê-se um descaso na educação pública referente ao desconhecimento dos direitos sociais assegurados pelo artigo sexto da Constituição Federal de 1988, haja vista a ausência de uma matéria específica na grade nacional comum curricular que discuta acerca do tema. Tal fato reflete-se nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional, bem como em melhor estrutura física, medidas que tornariam a presença no ambiente escolar o primeiro passo daqueles que desejam libertar-se da situação caótica na qual se encontram.                   Torna-se evidente, portanto, que as ações contra os desafios relacionados à alimentação apresentam óbices que devem ser revertidos. Logo, o governo deve fomentar o pensamento crítico dos indivíduos mediante a implantação de projetos nas escolas, os quais, com o apoio da sociedade, promovam palestras ministradas por antropólogos, que debatam o comportamento humano frente à situação das minorias sociais presentes em nossa atual sociedade. Com isso, o poder público gera cidadãos mais analíticos e estes serão capazes de, talvez, tornar a profecia de Zweig uma realidade no presente.