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Enviada em: 30/03/2017

A contemporaneidade, marcada pelas inovações da revolução técnico-científico, admite uma nova configuração para o setor de alimentos com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas agrícolas, gastronômicas e industriais. Essa nova era retoma o histórico problema da má distribuição dos alimentos no Brasil e principia os inadequados hábitos nutricionais da população.                   Em primeira análise, é válido ressaltar que a produção nacional de alimentos é suficiente para toda a população brasileira, ao contrário do que fundamentava a teoria Malthusiana: a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética. Nesse sentido, as controvérsias surgem em detrimento das regras do capitalismo, em que o poder de compra determina o nível de suprimentos alimentares de cada família. No caso do Brasil, justifica-se o problema da fome pela emblemática desigualdade de renda.                   Em contradição à realidade de fome e desnutrição, verifica-se, sob nova ótica, um contexto de desperdício, obesidade e problemas relacionados aos hábitos de consumo da população, principalmente entre os mais jovens. Isso porque, em face da volatilidade do tempo conjugado com a amplitude de tarefas cotidianas, ocorreu progressivamente a flexibilização no preparo das comidas por meio de diversos processos industriais, tornando-as mais práticas, rápidas, pouco saudáveis e não menos saborosas, potencializando o consumo e a produção de lixos. Diante disso, a população tornou-se indisposta à práticas saudáveis e a sustentabilidade foi submetida a um segundo plano.                   Torna-se evidente, portanto, os desafios para a alimentação no Brasil. Sendo assim, pondera-se a necessidade de articulação de políticas públicas que suscitem a educação como ferramenta de transformação, promovendo a qualificação profissional para as famílias vulneráveis, visando em longo prazo, a entrada facilitada no mercado de trabalho, criando uma renda que supra as necessidades mínimas. É primordial que o Governo crie programas assistencialistas, como forma de resolução, em curto prazo, a exemplo do Bolsa Família, mas que atue de forma a cadastrar pessoas que, notadamente, não possuem dinheiro para comprar o alimento, e posteriormente realizar mensalmente a distribuição de cestas básicas. Para isso, é essencial a articulação dos órgãos governamentais, prefeituras e governos. Quanto aos maus hábitos, é ideal que as escolas trabalhem a mudança de comportamentos por meio de debates críticos, criando a consciência ambiental e exaltando a importância de manter uma alimentação saudável.