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Enviada em: 18/08/2018

No filme "Quem quer ser um milionário?" é retratada a história de Jamal Malik, um menino pobre que precisou fugir da miséria e da violência para tentar ter uma vida melhor. Ambientado na cidade de Munbai, Índia, além de relatar a difícil situação do menino Malik, mostra também  sua força e fé em um futuro melhor. Saindo do universo cinematográfico e partido para uma análise no contexto "real", no Brasil crianças e adolescentes passam  por situações similares a do menino Malik, em que são violados seus direitos fundamentais, ficando, assim, as margens da sociedade. Nesse sentido, é essencial discutir sobre as dificuldades e carências que os infantojuvenis sofrem na sociedade brasileira.    Analisa-se, de início, que os fatores primordiais para a manutenção de tal problemática residem em um país que possui incapacidade crescente na efetivação de leis e obrigações e, também, na falta de assistencialismo e probidade a crianças e adolescentes. Em 1990, fora criado o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que possuía como obrigação garantir todos os direitos e defesa, porém a verdade é que boa parte do ECA não foi implementada, deixando crianças e adolescentes desprotegidos. É notório que o Brasil possui uma das legislações mais avançadas do mundo para proteger os infantojuvenis de papel, é também um dos piores do mundo na proteção de suas crianças e adolescentes, formando, assim, um grande paradoxo. Dessa maneira, tem-se uma lei avançada, mas um país atrasado e com tradição de desrespeito aos direitos humanos mínimos da população.   Pontua-se, ainda, que ao invés de investir na educação e na integridade das crianças e adolescentes, muitos preferem aplicar punições e castigos, tonando-se segregados da sociedade, independentemente de serem vítimas de violência e abandono ou autores de crimes. Além disso, a uma parcela da sociedade que em vez de cobrarem ações das autoridades voltam-se contra os jovens. Porém, poucos sabem que a prevenção, através de políticas sociais, custaria muito menos que a repressão. Diante disso, casos de violência e mortes de crianças e adolescentes crescem, pois segundo a Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACS) vinte e nove infatojuvenis são assassinados por dia.   Compreende-se, portanto, que ações devem ser feitas em prol da seguridade e do bem-estar dos que serão o futuro do país. Assim, urge que a Receita Federal disponibilize verbas para programas e serviços especializados de atendimento aos adolescentes e crianças, com a ajuda de psicólogos  e psiquiatras - para ajudá-los e instruir-lhes. Outro fator coadjuvante é a garantia de vagas para os jovens em cursos profissionalizantes, independentemente de escolaridade e com direito a bolsas de estudos fornecidas pelo Poder Público, garantido, assim, um trabalho digno e remunerado. Dessa maneira, o filme será apenas uma reflexão das lutas e batalhas enfrentadas por pequenas grandes crianças.