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Enviada em: 19/08/2018

No séculos XVIII, a Revolução Industrial deixou como herança a exploração infantil e as altas jornadas de trabalho, as quais estimularam vários movimentos em defesa de uma legislação trabalhista, principalmente, os direitos das crianças e adolescentes. Contudo, no Brasil, mesmo com a existência de um Estatuto que protege essa parcela da população, a lei ainda não consegue sanar todos os problemas. Nesse contexto, cabe analisar o papel das escolas na educação das crianças, bem como a influência da sociedade como fonte disseminadora de comportamentos nos jovens.        Em primeiro lugar, um dos fatores que contribuem para a violação dos direitos das crianças é a escassez de escolas públicas e de qualidade. Isso decorre da precariedade em que se encontram as instituições do país, as quais muitas vezes carecem de recursos financeiros e dificultam a aquisição de materiais didáticos e, principalmente, a contratação de professores. No século XIX, por exemplo, somente frequentavam ambientes escolares aquelas crianças que fossem de classes mais abastadas, gerando um considerável contingente populacional de analfabetos que cresciam a beira do trabalho exploratório, mas, infelizmente, a realidade no Brasil atual não é muito diferente. Consequentemente, a taxa de desigualdade social tende a aumentar devido ao não cumprimento de um direito constitucional do cidadão: a educação.       Além disso, a influência da sociedade nos comportamentos dos jovens é outro viés plausível de destaque. Como comprovação disso, estão as relações familiares que influenciam nas decisões das crianças e atuam como agente disseminador de valores. Segundo John Locke, o indivíduo adquire conhecimento através da experiência e, nessa perspectiva, é possível associar a prática do bullying, por exemplo, com a falta de afeto da família e isso pode ocasionar um retrocesso na conquista de direitos dos adolescentes. Dessa forma, muitos jovens crescem no mundo da prostituição ou acabam tornando-se dependentes químicos em uma sociedade desestruturada, vivendo boa parte de suas vidas sem o apoio fundamental da família.        Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas para combater essa problemática. A primeira delas deve partir da escola, em associação com o Ministério da Educação, e a realização de encontros interestaduais com a participação dos jovens, dando a oportunidade de debater junto aos governantes sobre as condições da educação pública. Já a segunda, é papel do Governo, com o apoio do IBGE, criar um indicador que analise a condição de família no Brasil, para evitar as taxas de abandono de crianças e evitar a criminalidade entre os adolescentes. Com tais medidas, os direitos das crianças e adolescentes são assegurados e as heranças da Revolução Industrial não permanecem na sociedade.