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Enviada em: 20/08/2018

Na Grécia Antiga, a noção de cidadania era limitada apenas aos homens adultos, excluindo mulheres, pessoas em situação de escravidão e crianças do ciclo social. Hodiernamente, no Brasil, é possível perceber que, apesar da existência de leis que garantem o reconhecimento de crianças e adolescentes como indivíduos componentes de um país perante a justiça, essa realidade ainda não abrange toda a população jovem brasileira. Isso ocorre devido, principalmente, à negligência estatal, em consonância de fatores como a falta de participação escolar e parental no que concerne à formação da consciência infantil tangente aos seus direitos. Sob esse viés, nota-se a necessidade de medidas eficazes para a resolução da problemática.       Atualmente, existem leis de proteção à infância implementadas no Brasil, porém, embora eficazes na teoria, elas ainda não são totalmente abrangentes na realidade, o que evidencia a negligência estatal no que concerne ao assunto. A respeito disso, segundo estudos da Fundação Abrinq, estima-se que hoje existam cerca de 3,3 milhões de crianças em situação de exploração e dessas, 188 mil estão em estado de desnutrição. Percebe-se, portanto, o descaso em relação à essas crianças, que por muitas vezes, se tornam invisíveis aos olhos da sociedade.         Outrossim, pode-se evidenciar também a omissão escolar e parental no que tange à formação da consciência da criança a respeito de seus direitos, como um dos empecilhos para a resolução do impasse. Tal qual o papel da sociedade em relação aos jovens em situação de exploração. a escola e os pais, recorrentemente, negligenciam a importância da conscientização, que se ensinada desde cedo, pode evitar a ocorrência e o agravamento de cenários que a criança nem sempre reconhece como erradas, seja por inexperiência ou por influência de um adulto que a leva a acreditar na normalidade da situação vivida. Ainda, segundo a filósofa Hannah Arendt: "O pior mal é aquele visto como cotidiano", portanto, é preciso que as discussões a cerca desse tipo de assunto sejam normalizadas no meio social para que se preserve a dignidade da parcela infantil brasileira.        Destarte, é necessário que o Estado, junto com ONG's de proteção à crianças em situação de risco, criem estratégias, como o apadrinhamento, que ajudem na criação de oportunidades e de um ambiente saudável para o crescimento desses jovens, tornando possível sua recuperação física e psicológica. Ademais, urge que o Ministério da Educação, incentive a discussão a respeito dos direitos infantis por meio de peças teatrais e livros - para um melhor entendimento por parte das crianças - com o objetivo de conscientizar a todos em relação ao tema. Só assim será possível a garantia de uma infância saudável e feliz às gerações futuras.