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Enviada em: 20/08/2018

Os crescentes níveis de criminalidade entre os jovens e adolescentes no Brasil têm sido grande motivo de preocupação entre a população como um todo. Percebe-se uma mobilização das autoridades públicas no sentido de reprimir esse produto de um sistema educacional deficiente agindo em suas consequências, e não em suas causas, seja por meio da tentativa de reduzir a maioridade penal, com vias a encarcerar pessoas mais jovens, seja por meio das cotas sociais para facilitar o ingresso em universidades particulares de quem não teve condições de acessar escolas particulares.    Quanto à questão da criminalidade dos jovens de determinadas condições sociais, verifica-se que eles buscam o caminho do crime como meio de sustentar a si próprios e às suas respectivas famílias, vez que o sistema educacional público possui muitas falhas e não propicia educação de qualidade, cerceando oportunidades para os jovens em situação de marginalização e sem condições de acessar escolas privadas. O sistema em si já os distancia de um bom mercado de trabalho. Desta maneira, tais jovens já se percebem em situação de desvantagem em relação a quem estudou em uma escola privada e teve uma educação de melhor qualidade.       Ademais, como forma de maquiar o problema, foram institucionalizadas as cotas sociais, como meio de facilitar o ingresso em faculdades públicas de indivíduos que estudaram em escolas públicas. Contudo, o ingresso desses jovens, que, em sua maioria, possuem uma defasagem educacional em relação a seus pares, apenas deixa claras as discrepâncias existentes entre os estudantes de diferentes meios sociais. Os estudantes menos favorecidos tendem a abandonar seus estudos por necessidade de sustentar seus lares e em razão da maior dificuldade que enfrentam em um ambiente de ensino superior sem as bases educacionais adequadas.     Resta claro que o problema da criminalidade entre os jovens possui sua origem no sistema educacional fornecido pelo governo. Desta maneira, a solução para acabar com esse problema social seria reformar o sistema de ensino público, propiciando mais oportunidades aos jovens advindos desse meio, facilitando a conciliação entre trabalho e estudos e garantindo uma formação com curso técnico e alguma área a ser escolhida pelo aluno. As universidades públicas também deveriam abolir o conceito de um curso em tempo integral, oferecendo os cursos apenas nos turnos diurno ou noturno, de modo a reduzir o número de pessoas que abandonam a formação de nível superior por precisar trabalhar.