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Enviada em: 20/08/2018

No meio do caminho tem uma pedra       É indubitável que diante das grandes questões desoladoras no século XXI, o dilema desafiador dos direitos da criança e do adolescente, no Brasil, representa não somente o reflexo de uma sociedade vítima de um arcabouço histórico, mas também corolário de uma administração familiar errônea. Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da ‘modernidade líquida’. Análogo a essa afirmação, crianças e adolescentes usufruem um legado fruto de raízes históricas.       Deve-se pontuar de início, que outrora crianças e adolescentes já possuíam diretos. Em 1854, por exemplo, o ensino obrigatório foi regulamentado, excluindo apenas escravos. Para o filósofo Paulo Freire, se a educação sozinha não transforma a sociedade, tampouco, sem ela, a sociedade muda. Seguindo esse pensamento, atualmente, com a criação do ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente- o cenário educacional ampliou fazendo do uso da obrigatoriedade. Assim, 80% da população infanto-juvenil recebe educação gratuita ou privada, segundo dados do Ministério da Educação. Entretanto, não basta apenas ter acesso à educação, necessita-se tê-la com qualidade.       Outrossim, torna-se preocupante e estarrecedor constatar a inaptidão dos responsáveis. De acordo com a Constituição Cidadã de 1988, artigo duzentos e vinte e sete, também é dever da família instruir a criança. Dessa forma, contrariando o que a Carta Magna afirma; alguns pais não educam seus filhos o que gera preocupações ao Estado, uma vez que não educado de maneira correta, esse público infanto-juvenil acaba encontrando nas ruas, meios propícios para marginalização. Segundo dados do IBGE, a maioria dos adolescentes no mundo do crime não encontrou, no âmbito familiar, amparo que precisavam. Vê-se, então, a configuração da problemática.       Destarte, o problema apresenta entraves familiares e educacionais. Análoga à terceira lei de Isaac Newton, em que toda ação requer uma reação é necessário que o Ministério da Educação, invista no sistema educacional, por meio de construção de escolas bem estruturadas, além de valorizar o trabalho do professor com aumento salarial, a fim de trabalhem com afinco para que crianças e adolescentes tenham o direto total do acesso à educação. Nesse ínterim, a família deve entender seu papel como agente principal da causa, para isto, o sistema midiático deve lançar campanhas de caráter televiso, mostrando a importância da instrução familiar, para que o publico alvo se sinta amparado dentro de casa, assim como os responsáveis possam reconhecer seu papel social. Só assim, a pedra de Drummond será retirada do caminho.