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Enviada em: 14/10/2018

A filósofa alemã Hannah Arendt debate a ideia sobre pluralidade, con-ceituando-a como parte da condição humana. Entretanto, percebe-se, no Brasil, uma negação perante tal pensamento quando o assunto é visibilida-de midiática. Visto que, a massificação de padrões de beleza não tange à diversidade do país e cria um imaginário coletivo excludente. Nesse âmbi-to, faz-se necessário questionar como esse panorama social corrobora na difusão de transtornos alimentares e ponderar seu efeito na saúde juvenil.       Em primeira análise, de acordo com Claude Lévi-Strauss, uma das for-mas que o corpo social lida com a alteridade é expelir do convívio comum os sujeitos vistos como diferentes. Diante dessa concepção, vê-se uma ex-clusão das pessoas que não estão inseridas nos modelos veiculados pelos meios de comunicação brasileiros. Desse modo, a busca dos marginaliza-dos por aceitação social e esteriótipos inalcançáveis desestabiliza psicolo-gicamente o indivíduo, o que pode causar a evolução de graves patologias.       Outro ponto relevante é a vulnerabilidade dos adolescentes, pois eles são um dos grupos de risco no desenvolvimento de transtornos psiquiátri-cos. Ante tal fragilidade, ocasionada pela insatisfação corporal com as mu-danças da puberdade, distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia, se introduzem no cotidiano doméstico. Ademais, o impasse é agravado pelo senso comum que acredita que essas doenças possam ser controladas pelos portadores. Assim, essa visão, que se faz presente na maioria das famílias, dificulta o cuidado adequado com a juventude brasileira.       Urge, portanto, que a problemática seja combatida para a construção de uma nação que cumpra com os anseios de Hannah Arendt. Logo, cabe ao Ministério da Educação viabilizar, nas escolas, a aceitação das diferen-ças, por meio de aulas de cunho social, a fim de fomentar a autoestima dos alunos. Outrossim, compete ao Ministério da Saúde, em parceria com psi-quiatras, divulgar o tratamento dos transtornos alimentares, mediante cam-panhas televisionadas, com intuito amparar os enfermos. Com essas inicia-tivas, espera-se resguardar a vida dos jovens e conscientizar a população.