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Enviada em: 22/10/2018

Conforme a metáfora da tábula rasa de John Locke, os homens nascem sem conhecimento. Contudo, é na juventude que as pessoas mais aprendem e criam seus hábitos e é nessa fase que elas passam mais tempo na escola. Dessa forma, fica sob responsabilidade da escola auxiliar as pessoas a adquirirem bons hábitos como o de uma alimentação saudável e que ajude na prevenção e tratamento de doenças como a obesidade. Entretanto, o modelo econômico vigente e o modo de vida cada vez mais sedentário impedem a escola de concluir essa importante missão.        Em primeiro lugar, segundo Karl Marx, o sistema capitalista requer consumo constante e para isso, as empresas do ramo alimentício fazem uso intenso de propagandas de alimentos industrializados como saudáveis e necessários para a saúde mesmo que não sejam, enquanto ocultam elementos em excesso como sódio e gorduras trans. Assim, mesmo com as ações do governo como o PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar, que visa priorizar a alimentação saudável dentro das escolas e as cartilhas e livros que corroboram para a criação de uma consciência alimentar saudável nas séries iniciais, os resultados não são satisfatórios, pois segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, 15% das crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos estão obesas.        Em segundo lugar, mas ainda com dados do IBGE, percebe-se que o maior aumento da obesidade dos jovens brasileiros aconteceu junto com a maior disseminação dos equipamentos tecnológicos, como televisores – principalmente os de controle remoto-, celulares, vídeo games e, não obstante, com a disseminação da internet. Fatores que fortaleceram o hábito cada vez mais sedentário da população. Desse modo, apesar das tentativas do governo de forma cidadãos responsáveis com a própria alimentação através da escola e campanhas, tais medidas foram insuficientes e ineficientes diante dos fatores externos que contribuem para o contrário.         Assim, para auxiliar a escola a concluir sua importante função de formar cidadãos conscientes com bons hábitos alimentares, o Governo federal deve, primeiramente, intensificar as ações já iniciadas. Além disso, deve criar novas leis que proíba definitivamente as empresas de denominarem naturais qualquer produto industrializado, artificial ou que recebeu conservante, e outra que determine a criação de um selo que fique em evidência nas embalagens de produtos industrializados e indique o composto em excesso e seu respectivo risco para a saúde. Por último, enquanto o Ministério do Esporte de promover campanhas de combate ao sedentarismo com esporte e atividades físicas diversas, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento deve promover campanhas de valorização do hábito de consumo alimentos naturais e frescos preenchendo a tábula de bons habitos.