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Enviada em: 22/07/2017

No filme "Jogos Vorazes", em um banquete oferecido na Capital, os funcionários presentavam todos os convidados com uma pílula que os permitia vomitar o que haviam comido e, assim, poderiam continuar a desfrutar os petiscos sem engordar. No mundo atual, por sua vez, a mesma mentalidade de alcançar o corpo perfeito, assim como os gregos na Antiguidade, somada à rapidez das cidades e ao consumo de "fast foods" são dilemas que afetam a alimentação e, consequentemente, a qualidade de vida da população no século XXI.      A princípio, sabe-se que o estilo de vida urbano tem grande influência no comportamento das pessoas. Nesse sentido, indivíduos que consomem alimentos não-saudáveis com frequência, seja por conta dos baixos preços ou pela falta de tempo para se alimentar melhor, podem ser comparados a super-homens de Nietzsche. Isso porque conseguem se desvincular das imposições sociais de busca pelo corpo perfeito, porém às custas de sua própria saúde, já que esse comportamento, atrelado à falta de exercícios físicos, pode levar à obesidade em alguns casos.      Por outro lado, também é crescente a ocorrência de distúrbios relacionados ao visual. No Brasil, ainda há uma grande preocupação com a aparência, muito pela mídia que tende a valorizar um certo padrão corporal, o que o torna o segundo país do mundo que mais realiza cirurgias estéticas, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética. Sob esse aspecto, doenças, como anorexia e bulimia, têm maior possibilidade de se manifestar e atingem, principalmente, o público mais jovem. No entanto, os padrões de beleza almejados pelos doentes são, em grande maioria, inalcançáveis, dada a individualidade de cada organismo humano.      Fica evidente, portanto, que é preciso encontrar um equilíbrio entre os extremos do consumo exagerado de alimentos e a privação deles, tal qual o conceito de virtude de Aristóteles. Para isso, o Ministério da Saúde deve disponibilizar tratamentos aos distúrbios alimentares que sejam gratuitos e de qualidade, com o fito de auxiliar as pessoas que já os possuem. Somado a isso, a mídia pode atuar na desconstrução gradativa dos padrões estéticos almejados ao proporcionar uma maior variedade de biotipos e, além disso, dar papeis de destaque a pessoas consideradas "fora do padrão", de forma a evitar a hegemonia de apenas um tipo específico. Por fim, os familiares e as escolas são importantes na educação de jovens e crianças, seja, respectivamente, ao tornarem-se mais presentes no cotidianos deles ou oferecendo palestras que possam orientá-los corretamente acercas dos problemas relacionados à alimentação e como evitá-los.