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Enviada em: 10/09/2017

''Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde vai ter que arrumar tempo pra cuidar da doença''. A frase é do cardiologista Lair Ribeiro, que expõe a falta de preocupação com medidas profiláticas como agravadoras do atual quadro alimentar brasileiro. De fato, é notável que a falta de preocupação com a alimentação regular, realizada por uma sociedade cada vez mais imediata e sintética, tem gerado graves consequências no quadro de saúde atual. Dessa forma, é visível que alimentação contemporânea é uma problemática, que apresenta graves efeitos e deve ser discutida.             Em primeiro lugar, é válido destacar a escolha por alimentos saborosos e de rápido preparo, em detrimento da alimentação saudável. Adaptando a ideia de modernidade líquida de Zigmunt Bauman, a aceleração do cotidiano tem gerado o consumo exacerbado de alimentos advindos da cultura de industrializados e o aumento do sedentarismo. Dessa forma, as carnes gordurosas são protagonistas no cardápio brasileiro ao contrário das frutas e legumes, que são consumidas cada vez menos. Logo, resulta em uma situação em que 52% da população -segundo o Ministério da Saúde- está acima do peso e sofre com as consequências da alimentação irregular.          Em segundo lugar, é importante apontar os efeitos de tal irregularidade e a dificuldade de erradicá-lo. O excesso de peso desencadeia o surgimento de diversos tipos de doenças, físicas e psicológicas. Dessa forma, se faz presente na contemporaneidade doenças como a diabetes, a obesidade, os problemas cardíacos, e claro, a depressão, que diante de uma modernidade padronizada e gordofóbica, pode levar o indivíduo ao suicídio. Além disso, com a presença de uma mídia extremamente persuasiva, que associa a comida industrializada à felicidade, parar de consumir alimentos gordurosos a fim de evitar tais efeitos, é um desafio que nem todos os brasileiros estão dispostos a enfrentar. Logo, gera um medo para o futuro, mas não um cuidado com o presente.       Diante do exposto, infere-se que a falta de medidas profiláticas na modernidade líquida afeta negativamente a vida da população, que sofre com os efeitos de uma alimentação irregular. A fim de atenuar o problema, o governo deve investir em políticas públicas, que visem aos hábitos saudáveis e reparem os casos existentes, através da conscientização populacional, do combate ao consumo de alimentos industrializados e investimentos no SUS. As ONG’S, em parceria com as escolas e a família, devem promover a boa alimentação, o que deve ocorrer mediante palestras sobre hábitos alimentares e regulação dos cardápios de merenda escolar. Tais atitudes devem ser tomadas, a fim de garantir que o brasileiro cuide da sua saúde, e, resolvendo o problema da máxima de Lair Ribeiro, não precise arrumar tempo para cuidar da doença.