Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O valor da educação nas transformações sociais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Disponível em: https://www.inesc.org.br/educacao-publica-numa-democracia-moribunda/
TEXTO II
O que é a educação transformadora?
É de grande importância pensar em uma educação voltada para essa geração de alunos que nasceu na era digital. Nesse contexto, forma-se a educação transformadora. Sua missão é colaborar para o desenvolvimento de cidadãos com mais consciência, autonomia, responsabilidade social e protagonismo.
A escola, por sua vez, tem o papel de proporcionar o ambiente adequado para que o aluno possa ter acesso a uma forma de ensino diferenciada. Fugindo da metodologia somente expositiva, o estudante é levado a pensar, a questionar e a trabalhar em favor do coletivo. Entenda mais neste artigo sobre como a educação pode ser transformadora.
EDUCAÇÃO FORA DA CAIXA
Em sala de aula, é fácil perceber que o processo de aprendizagem não ocorre de uma maneira linear e sistematizada. O aluno utiliza seu background (bagagem) e relaciona com o novo conteúdo apresentado.
Nesse processo, conhecimentos de diversas áreas são ativados. Já para entender o enunciado, o estudante faz uso dos recursos de interpretação de texto aprendidos em português. Ou, talvez, para resolver um problema matemático, ele retire referências do que aprendeu em geografia sobre demografia, por exemplo. E ainda, faça uso de algo que sua mãe explicou.
O aluno está todo o tempo captando informações de várias áreas. E, se for pensado especificamente na geração Y e Z, o acesso à informação com a ajuda da internet é massificante. Desse modo, a escola deve pensar fora da caixa e, mais ainda, motivar seus alunos a terem um pensamento vanguardista e inovador.
Com isto, o saber é construído por meio da troca de conhecimentos entre o docente e o educando, além de também ocorrer entre os próprios colegas em classe. E tendo esse ensino sempre baseado no senso crítico que motiva a reflexão e o crescimento de todos.
A TRANSFORMAÇÃO POR MEIO DA EDUCAÇÃO
Na antiga pedagogia, a escola possuía a função de mera transmissora do conteúdo histórico e científico. Nesse modelo, acreditava-se que a teoria motivava a ação. Ou seja, a aplicação prática e o saber teórico eram vistos como distintos. O aluno seria somente uma personagem secundária no processo de aprendizagem.
Contudo, esse já não é o objetivo final das instituições de ensino. O conceito de educação transformadora enfatiza o discente como protagonista em sala de aula. Desse modo, ocorre uma descentralização do currículo educacional e passa-se a observar as particularidades de cada aluno e de cada classe. Ou seja, considera-se o meio social e histórico-cultural do estudante, para que, com isso, o aluno possa desenvolver todos os seus potenciais.
Essa mudança de foco para a escola inovadora, considerando o aluno como centro e tendo em vista a melhor forma de organizar seu aprendizado é essencial. Para corroborar isso, pode-se recordar as palavras de Vigotsky (1987). Segundo ele, o aprendizado, quando apresenta uma organização, tem como resultado o pleno desenvolvimento mental do aluno e coloca em movimento diversos processos cognitivos que, de outro modo, não ocorreriam.
Logo, na educação transformadora os discentes passam a ser o centro do processo educativo, atuando com autonomia e emancipação. As avaliações perdem o tom punitivo e passam a ser uma medida de avaliação individual para observar como está ocorrendo a construção do conhecimento, sempre respeitando o tempo de cada estudante.
Disponível em: https://blog.conexiaeducacao.com.br/o-que-e-a-educacao-transformadora/
TEXTO III
As desigualdades educacionais no Brasil: enfrentando-as a partir da escola
Segundo Gabriela Thomazinho**, ao pensarmos em desigualdade educacional, não podemos analisar a partir de um simples fator, pois existem diferentes desigualdades quando pensamos em educação escolar. E cada tipo de desigualdade impacta diferentemente na desigualdade escolar, e, em um país como o Brasil, marcado por uma arraigada e indecente desigualdade social e econômica, os impactos serão quase sempre sobre os mais pobres, negros e periféricos.
Existe a desigualdade de não ter acesso ao sistema escolar, existe a exclusão dentro do próprio sistema, existem acessos a padrões diferentes de qualidade educacional e existe a desigualdade de tratamento – quando estudantes têm acesso a condições muito desiguais da oferta educacional, que deveriam ser, no mínimo, igual para todos. E o pior, e consequência dos fatores acima: a desigualdade de conhecimentos adquiridos.
Algumas políticas, como o Fundeb e o Piso Nacional Salarial de Professores, foram importantes para tentar diminuir a desigualdade e a iniquidade. Mas estas persistem e voltam a piorar, porque a desigualdade econômica e social tem aumentado e estamos regredindo aos níveis do final do século XX.
O quadro é agravado quando nos damos conta de que, frequentemente, os recursos educacionais têm uma distribuição regressiva, ou seja, beneficiam mais quem já está em melhores condições. Por exemplo, ao analisar os indicadores de infraestrutura escolar, percebe-se que a maior parte das escolas com infraestrutura boa ou ótima atende as parcelas mais ricas da população.
Diante deste cenário, fica claro que a desigualdade educacional deve ser considerada quando se pensam e formulam as políticas públicas. É preciso intenção política e educativa de que é necessário reduzir as desigualdades para garantir mais qualidade. Em um país como o Brasil, a busca da eficiência e do desempenho educacional só faz sentido se incorpora e expressa também a busca por justiça social.
** “Desigualdade na educação: um ponto a ser considerado nas políticas públicas”, de Gabriela Thomazinho, publicado em 30 de janeiro de 2017
Disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/desigualdades-educacionais-no-brasil/ (Adaptado)