Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios relacionados à alfabetização dos idosos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Pesquisa realizada pelo Sesc São Paulo e pela Fundação Perseu Abramo mostra que os idosos no Brasil têm dificuldade em ler e escrever. A pesquisa Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade consultou, entre 25 de janeiro e 2 de março de 2020, 2.369 pessoas com mais de 60 anos, nas cinco regiões do país, e tem margem de erro de até 2,5 pontos percentuais.
O levantamento mostra que o acesso ao ensino médio aumentou entre os idosos desde a última pesquisa, realizada em 2006: de 7% para 15%, em 2020. No entanto, 40% dos maiores de 60 anos disseram ter algum tipo de dificuldade em ler e escrever, seja pela falta de escolaridade básica, analfabetismo ou o analfabetismo funcional.
“Pensando que boa parte da nossa comunicação é feita via escrita, via palavra escrita, a gente pode ver por esses números, qual a dificuldade que os nossos idosos encontram em ter acesso aos diversos tipos de comunicação”, disse a pesquisadora da Fundação Perseu Abramo e coordenadora do estudo, Vilma Bokany.
De acordo com Vilma, os dados sobre o aumento do acesso dos idosos ao ensino médio podem esconder a baixa escolaridade desse público. “Quando a gente olha para o segmento idoso, a gente vai perceber que, apesar do expressivo aumento do nível médio de escolaridade, entre os idosos ainda predomina baixa escolaridade, com 14% de idosos que nunca foram à escola, e 24% que têm o ensino fundamental incompleto”.
Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/pesquisa-mostra-exclusao-de-idosos-do-mundo-digital-e-da-escrita/
TEXTO II
Muitos idosos brasileiros sabem apenas ler e escrever os próprios nomes. No país, ainda temos um histórico de pobreza, o que impediu que nossos pais e avós frequentassem a escola. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18% das pessoas de 60 anos são analfabetas. Então, nos perguntamos: como incentivar a alfabetização de idosos?
Ewerton Fernandes de Souza, um dos 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 de 2017, diz que ensinar jovens e adultos pressupõe um envolvimento maior do professor com seus alunos: ele “precisa se aproximar, ouvir, conversar, compreender os problemas (da aprendizagem e da vida) e estimular seus educandos. Sem esse tête-à-tête, qualquer esforço será em vão”.
O educador compartilhou quatro dicas, que adaptamos para quem quer apoiar a alfabetização de idosos:
1) Leve em conta as histórias de vida das pessoas idosas.
2) Respeite o tempo de cada um.
3) Reconheça, como regra, cada faixa etária com suas especificidades, e mesmo dentro de cada faixa, a heterogeneidade, diversidade e complexidade.
4) Motive sempre e não desista jamais.
Disponível em: https://redebemestar.com.br/aprendizado/alfabetizacao-de-idosos-como-ensinar-a-ler-e-a-escrever/
TEXTO III
É bom, né? Conseguir ler estas frases sem nenhuma dificuldade, e na maioria das vezes, de forma automática, sem nenhum esforço. Você já parou para imaginar como seria sua vida se não tivesse garantido este grande privilégio, que é a educação? Como você iria trabalhar? Como iria deixar um bilhete, uma carta de amor, fazer as lições de casa, o ensino técnico ou até uma faculdade dos seus sonhos?
É com essa mesma angústia que Laíz Maria Netto Marinho, 71, conviveu durante a maior parte de sua vida. Ela perdeu a mãe ainda criança, aos 9 anos de idade, e a partir daí, foi criada pelo pai. Cresceu junto com uma irmã e mais três irmãos, e conta que apenas os filhos homens foram enviados à escola e puderam terminar o ensino médio antes dos 20 anos. Entretanto, com as filhas mulheres, a situação foi completamente diferente. Sua irmã, até hoje, não teve nenhum acesso à educação. Laíz começou a trabalhar aos 12 anos de idade como auxiliar, e como era menor de idade, quem recebia o seu salário era seu pai, e ela declarou que nunca viu nem um centavo desse dinheiro.
Ela só foi ter a sua primeira experiência escolar aos 33 anos de idade, quando conheceu a EJA (Educação para Jovens e Adultos) do Distrito Federal por indicação de amigas quando estava procurando algum lugar para poder estudar e, nesta época, ela conseguiu concluir apenas o primeiro grau na instituição e parou, pois estava trabalhando muito e cuidando das filhas e com isso, acabou não tendo tempo para se dedicar com esforço aos estudos. Foi só recentemente que a vontade de estudar reacendeu, decidiu voltar e conta que foi muito bem recebida novamente na EJA.
Disponível em: http://www.agenciadenoticias.uniceub.br/?p=28197